Células Tronco Cordão Umbilical

A chegada de um bebê desde a descoberta da gestação é cercada de sonhos dos pais em ver o seu rostinho, o primeiro sorriso, os primeiros passos, festa de aniversário, eventos na escolinha e todas as etapas da vida.

A idéia do filho ficar seriamente doente é a última coisa a passar na mente dos pais, mas é uma questão que deve sim ser levada em conta. 

Você certamente já ouviu falar na possibilidade de coletar as células tronco do cordão umbilical do seu bebê. Se tiver essa intenção, saiba um pouco mais sobre o assunto e quais são as opções para se fazer a coleta e armazenagem.

Existem 2 formas e objetivos para se coletar e armazenar o sangue do cordão umbilical e placentário sendo:

>> Coletar e armazenar  o sangue do cordão umbilical e placentário em Bancos Particulares para uso próprio tendo disponibilidade imediata caso venha a precisar para tratamentos de doenças hematológicas como leucemia, ou , apostando na evolução da medicina regenerativa do futuro onde espera-se recuperar até órgãos inteiros do corpo humano através das células tronco sem necessidade de transplante;

>> Doar o sangue do cordão umbilical e placentário do seu filho para o Banco Público de Sangue de Cordão Umbilical contribuindo e ajudando a salvar a vida de outras pessoas que precisam de transplante de medula óssea no Brasil, assim como qualquer um de nós estamos sujeitos a também precisar.

Mas o que são células-tronco?

As células-tronco ou células "matrizes ou primitivas" surgem no ser humano ainda na fase embrionária sendo responsáveis pelo desenvolvimento e formação do feto e após o nascimento, alguns órgãos ainda mantêm dentro de si uma pequena porção de células-tronco, que ficam responsáveis pela renovação constante desse órgão específico. 

Há alguns tipos de células-tronco;

1 – Células Totipotentes ou Embrionárias são consideradas as células mestres do corpo, pois contém a informação genética necessária para criar todas as células do corpo mais a placenta que nutre o embrião. Como o próprio nome diz, são encontradas apenas em embriões de 3 a 4 dias após a fecundação.

2 – Conforme a multiplicação e divisão das células o próximo estágio origina as células Pluripotentes, altamente versáteis e que podem dar origem a qualquer tipo de células, exceto a placenta.

3 – As células do estágio seguinte tornam -se Multipotentes, que também podem dar origem a vários outros tipos celulares mas em número limitado, como um exemplo importante as células Hematopoiéticas, presentes no sangue do cordão umbilical e na medula óssea.

Além da célula-tronco hematopoiética, pesquisas recentes têm demonstrado a presença de células-tronco específicas, presentes em tecidos como, fígado, tecido adiposo, sistema nervoso central, pele e até na polpa dos dentinhos de leite das crianças. E a utilização para fins terapêuticos dessas células também tem sido alvo de vários e intensos estudos.

O sangue do cordão umbilical é utilizado para que tipo de tratamento?

Atualmente o sangue do cordão é uma das fontes de células-tronco para o transplante de medula óssea indicado para casos de leucemia, linfomas, anemias graves, anemias congênitas, hemoglobinopatias, mieloma múltiplo, além de outras doenças do sistema sanguíneo e imune (cerca de 70 tipos).

Como é feita a coleta do sangue do cordão umbilical e placentário?

A coleta do sangue do cordão e da placenta é um procedimento simples e indolor que geralmente leva menos de 5 minutos. O sangue é coletado imediatamente após o nascimento do bebê (cesariana ou parto normal).

Em resumo, depois que o cordão umbilical é grampeado e cortado, o sangue remanescente do cordão mais o da placenta (maior quantidade possível) é reservado em uma bolsa coletora que seguirá de forma correta e segura para o laboratório onde ocorrerá o processamento e as células-tronco são separadas e preparadas para o congelamento.

Assista ao vídeo abaixo para saber com detalhes como acontece a coleta após o nascimento.

Quanto custa esse procedimento?

Se a opção for em doar, a mãe não terá despesa alguma já que o custo, cerca de 3 mil Reais é pago pelo SUS (Sistema Único de Saúde).

Se a opção for por empresas privadas (para uso próprio) o custo da coleta varia entre 3 a 5 mil Reais além do custo anual para armazenagem que gira em torno de 600,00 por ano.

Qualquer gestante em qualquer lugar do Brasil pode doar sangue do cordão umbilical?

A gestante tem que atender a alguns critérios, dentre eles, deve ter entre 18 a 36 anos, ter realizado no mínimo 2 consultas de pré-natal documentadas, ter idade gestacional acima de 35 semanas e não possuir histórico médico comprometedor como câncer e anemias hereditárias por exemplo. A doação é realizada em maternidades credenciadas do programa da Rede BrasilCord que reúne os bancos públicos de sangue do cordão, as quais seguem os critérios e exigências estabelecidos pelo programa para que a doação tenha o devido aproveitamento esperado. Depois do parto, o sangue e também a mãe doadora são submetidos a novos exames para verificar a presença de doenças genéticas ou infecto-contagiosas do sangue, excluindo qualquer possibilidade de contaminação. Estando tudo ok, cerca de 3 a 6 meses após a coleta, o sangue será disponibilizado para transplante.

Para saber mais sobre esse assunto, inserimos abaixo um programa especial do Globo Repórter – O Poder das Células-Tronco – exibido em 2010 que estão divididos em 2 partes.

E também um documentário da Discovery Channel – "Células-Tronco a Chave da Regeneração" com pouco mais de 40 minutos (divididos em 4 partes) que foi exibido em fevereiro de 2011 e mostra os avanços que fazem das células-tronco a grande esperança para o futuro da medicina. Pesquisas e tratamentos experimentais têm ajudado a salvar vidas e a melhorar radicalmente as condições de pacientes com doenças neurológicas e cardíacas, além de casos de cegueira e diabetes. O documentário ainda mostra a história de pessoas como Ìtalo, que sofre de uma doença neuromuscular de origem genética e como as experiências com cobaias animais, hoje em curso no Brasil, dão esperança a jovens portadores de doenças degenerativas e vítimas de lesões da medula. O especial expõe um cenário fascinante e polêmico que desafia os limites do ser humano diante da vida e da morte.

Vale muito a pena assistir!

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