Sentidos acentuados durante a gravidez

Sensibilidade acentuada a diferentes cheiros, "boca amarga", olfato mais aguçado…

Como muitas coisas durante a gravidez, as mudanças nos sentidos da mulher são amplamente atribuídas aos hormônios. Quando as mulheres engravidam, seus níveis de estrogênio aumentam. O estrogênio também está relacionado com o aumento da percepção do cheiro em não grávidas. Um estudo de 2002 conduzido pelo Monell Chemical Senses Center, da Filadélfia, mostrou que mulheres em idade fértil mostram uma sensibilidade maior a odores do que os homens. Em grupos com níveis de estrogênio menores – meninas preadolescentes e mulheres pós-menopausa -, a sensibilidade se equipara à dos homens [fonte: Harvard Women’s Watch]. Por isso, à medida que os níveis de estrogênio sobem e descem, a percepção de odores pode mudar.

Há evidência de que o olfato da mulher também muda durante o ciclo menstrual e na ovulação, bem como durante a gravidez [fonte: Sample]. Mas os cientistas não estão exatamente certos sobre como (ou se) o estrogênio cria a alteração no nariz ou no cérebro [fontes: Harvard Women’s Watch, Pletsch and Kratz].

Os cientistas também discutem se a intensificação dos sentidos da mulher grávida tem algum benefício para ela ou para o feto. Alguns pesquisadores acreditam que a sensibilidade a odores e a sabores provocam os enjôos matinais, beneficiando as mulheres, porque elas rejeitam alimentos contendo substâncias químicas e toxinas prejudiciais ao feto [fonte: Nordin et al].

Cientistas que endossam essa teoria dizem que isso explica porque as mulheres grávidas são mais sensíveis ao cheiro e sabor do cigarro, ao álcool, a vegetais amargos e a bebidas cafeinadas, como café. Alguns dados mostram que mulheres que sentem náusea têm uma taxa menor de abortos, sugerindo que o nariz está fazendo seu trabalho em manter o bebê seguro [fonte: Stanford Report].

Outros cientistas pensam diferente. Um estudo de 2004 testou a seguinte hipótese: como as mulheres grávidas têm maior sensibilidade a odores e sabores, elas classificariam produtos contendo toxinas de forma muito mais negativa. Isso mostrou ser verdade? Não realmente. No experimento, as mulheres grávidas não demonstraram nenhuma sensibilidade a cheiro. Não houve evidência de que elas tivessem uma sensibilidade a odores maior do que as mulheres não grávidas, e houve poucas diferenças entre mulheres e homens em geral [fonte: Swallow et al]. Mulheres também não classificaram os cheiros de produtos perigosos mais negativamente, e houve pequena correlação entre classificação de odores e náusea [fonte: Swallow et al].

Os autores do estudo não mencionaram que talvez a náusea do enjôo matinal acontecesse quando o produto já havia sido, na verdade, provado, e não apenas cheirado. Um quarto das mulheres relatou sensibilidade anormal do paladar nos estágios iniciais da gravidez, incluindo acentuação da sensibilidade a items amargos e diminuição da sensibilidade a items salgados [fonte: Nordin et al]. Novamente, a sensibilidade a items amargos, como café, pode ser uma forma de o corpo proteger seu bebê não nascido. De modo oposto, uma diminuição da sensibilidade ao sal pode ajudar as mulheres a consumir mais sal, o que, em troca, faz com que elas sintam mais sede e, consequentemente, consumam líquidos e vários nutrientes de que precisam para suportar o feto [fonte: Nordin et al.].

Como as mudanças no olfato, tem sido difícil para os cientistas precisar as alterações no paladar e o porquê de elas ocorrerem. Mas quando uma mulher grávida mal-humorada reclama desses sintomas, é melhor não dizer que não há evidências científicas do que ela está sentindo. Em vez disso, as mulheres grávidas deveriam simplesmente tentar evitar os cheiros que agravam esses sintomas, que podem incluir permitir que o marido faça a comida ou pedir polidamente que o colega de trabalho não use determinada colônia. Mulheres grávidas deveriam tentar deixar as janelas abertas quando possível para ventilação, e poderiam testar se odores calmantes como os da menta, do limão ou do gengibre proporcionam algum alívio. [fonte: Murkoff].

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